José Gomes do Amaral foi intendente de Araçatuba em dois mandatos. 

Quando foi fundada, a cidade era comandada por um Conselho de Intendência Municipal, formado por nove membros. Um dos intendentes era escolhido presidente e tinha o papel semelhante ao de um prefeito. Os outros atuavam como vereadores, mas sem esta nomenclatura. 

Amaral assumiu o comando do Executivo pela primeira vez entre 25 de novembro de 1924 e 31 de julho de 1925. O segundo mandato como intendente ocorreu entre 9 de setembro de 1925 e 1º de julho de 1926.

VIOLÊNCIA
O ano de 1926 transcorreu em um clima de muita violência, segundo descreveu o delegado Fabriciano Juncal em seu livro, "A verdadeira história de Araçatuba", baseado em suas experiências naquela época, quando foi responsável pela segurança da cidade. 

Era uma época de brigas entre grupos políticos e companhias responsáveis pela comercialização de terras do município, envolvendo, inclusive, a contratação de jagunços por "coronéis", que eram responsáveis por crimes.

Nesse ano, narra Juncal, o “coronel” Guilherme de Souza e seu grupo político, ao perderem a eleição para o grupo rival, comandado por Joaquim Pompeu de Toledo, instalaram uma segunda Intendência Municipal na sede de "A Comarca". O jornal pertencia ao português Manuel Ferreira Damião, que, além de jornalista, era vendedor de terras e apoiava seu grupo. 

Assim, Araçatuba passou a ter duas intendências. Juncal foi obrigado a destacar policiais para cuidar da segurança de ambas as partes, tentando evitar o agravamento da violência. 

FRAUDE
Segundo o delegado, descobriu-se, no início de 1927, que um juiz de direito ligado a Pompeu falsificou o resultado da eleição. Souza, então, decidiu que todos os envolvidos, inclusive o intendente José Gomes do Amaral, deveriam ser presos e renunciar em favor de seu grupo. 

Juncal afirma que foi chamado para uma reunião e recebeu a ordem do próprio "coronel", que o havia nomeado para o cargo, mas se recusou a cumpri-la, renunciando. Seu suplente, que era funcionário de Souza, assumiu a função, sendo responsável pelas prisões, inclusive do chefe do Executivo. 

Na cadeia, todos foram obrigados a renunciar. O juiz também teve que lavrar uma nova ata e dar posse ao grupo de Souza. Somente depois disso é que Amaral e seus colegas foram libertados. 

AGRESSÃO
Outro ponto polêmico desta história, segundo Juncal, também envolveu o intendente José Gomes do Amaral. Ele teria sido agredido por um carcereiro enquanto estava preso. 

Como vingança, Pompeu teria ordenado a morte do acusado. E ainda determinou que dois jagunços fossem até a sede de "A Comarca" e matassem o jornalista Manuel Ferreira Damião. Como ele não estava, dispararam vários tiros nas paredes do imóvel. 

HOMENAGEM
José Gomes do Amaral foi homenageado com o nome de uma rua no futuro condomínio GSP Golden, próximo à Rodovia Marechal Rondon.