A Secretaria Municipal de Saúde de Araçatuba alerta para o aumento de hospitalizações por bronquiolite entre crianças menores de 2 anos. O principal vírus responsável pela infecção é o sincicial respiratório (VSR), que afeta as vias respiratórias e pulmões, causando inflamação dos bronquíolos.
O número de crianças com a doença transferidas do Pronto-Socorro Municipal para enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatal de Araçatuba e outras cidades cresceu 1.500% em abril, em relação a janeiro. Das 232 transferências realizadas até o dia 5 de maio, 91 foram por bronquiolite.
Em janeiro, fevereiro e março, meses fora do período sazonal das infecções virais respiratórias, foram transferidas quatro, sete e 11 crianças, respectivamente. Em abril, o número cresceu consideravelmente, chegando a 60 transferências. Nos primeiro cinco dias deste mês foram nove casos.
FATORES DE RISCO
Mesmo sendo uma doença tratável, a bronquiolite pode evoluir para casos mais graves. Por isso, a médica infectologista da Secretaria de Saúde, Heloysa Liberatori Gimaiel, alerta para a importância da prevenção e o diagnóstico precoce para evitar complicações.
“A criança pode evoluir rapidamente para quadros mais graves, nesses casos necessitando de internação em leito de UTI, devido aos riscos de insuficiência respiratória e até óbito. A prevenção minimiza o risco de infecção e, com isso, a criança segue seu desenvolvimento saudável”, destacou.
Outro fator de risco evidenciado pela médica é a sobrecarga no sistema de saúde, com a falta de vagas em unidades intensivas, como já vem ocorrendo em Araçatuba e outras regiões do Estado. Com a chegada do inverno, a tendência é haver elevação dos casos de síndrome respiratória aguda grave, devido à falta de vacinação e a permanência das pessoas em ambientes mais fechados.
CUIDADOS
Heloysa ressalta que a melhor forma de evitar a bronquiolite, bem como outras infecções respiratórias, é a prevenção, que pode ser feita com a adoção de medidas básicas de higiene e manter em dia a imunização, por meio de vacinas disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município.
“É importante não expor bebês a locais de grande aglomeração de pessoas, orientar familiares ou visitas a evitarem beijos na face e mãos da criança, não receber visitas com sintomas respiratórios, higienização frequente das mãos e evitar levar a criança com sintomas gripais à creche, para prevenir que outras crianças adoeçam”, orientou.
TRANSMISSÃO
O vírus sincicial respiratório é transmitido de pessoa a pessoa pelo contato direto com gotículas respiratórias eliminadas ao tossir, espirrar ou falar, ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados. Entre os sintomas, os mais comuns são obstrução nasal, febre, tosse e coriza clara.
Mas os pais devem ficar atentos aos sinais de alerta, como febre alta, tosse persistente, irritabilidade e dificuldade para respirar, com respiração rápida e chiado no peito da criança. Com o aparecimento desses sintomas, a recomendação da especialista é procurar atendimento médico.
“O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações. Então, os pais devem levar a criança para uma unidade de saúde mais próxima de sua casa. Caso ocorra aos finais de semana ou à noite, deve buscar uma unidade de saúde 24h”, finalizou Heloysa.